A luz na escuridão aquece o frio do breu até queimar a si mesma
É fogo que faz faísca na descoberta das ideias
Da vida que quer nascer
No verso que é pavio à espera de ser
Luz
A arte noir que esconde todas as cores na brincadeira do palhaço que ganha vida
Só é visível para quem sabe enxergar além do que vê.
Como o complexo da simplicidade monocromática encerrado na íris
Essência do ser que se esvai sem poder ter sido tocada
A não ser pelas mãos pejadas de sangue e suavidade ainda quentes de um corpo que jaz.
Como uma entidade suprema está em todo lado e lado algum.
Nada a agarra.
Nem as mãos pregadas num gesto seco para que ela não se apague.
Nem as mãos perdidas da criança à procura de alcançá-la através dos olhos da mãe.
A inocência como a barbárie, a claridade como a sombra, só existem porque se reconhecem uma na outra. É a consciência da escuridão que leva a procurar a luz.